Resumos e ordem de apresentações do Grupo de Trabalho 6

Programação de Comunicações Orais

(TODAS ATIVIDADES DESTE GRUPO DE TRABALHO OCORRERÃO NO AUDITÓRIO 5OD)

Grupo de Trabalho 06 “Experiências didáticas: escola pública e ensino de história”

Coordenadores: Artur Nogueira Santos e Costa e Cinthia Cristina de Oliveira Martins

Dia 09/06/15 – Terça-Feira

Sessão 01 (14h às 16h)
Formação e atuação de professores: articulações possíveis

Davi Aragão Martins da Silva

Eduardo Toscano Novaes Junior

Astrogildo Fernandes da Silva Júnior

DIFERENTES FONTES E LINGUAGENS NO ENSINO DE HISTÓRIA: PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS SOBRE CONTEÚDOS HISTÓRICOS NA EDUCAÇÃO BÁSICA

 

Este texto apresenta resultados parciais de um Projeto que está sendo desenvolvido no curso de História da Faculdade de Ciências Integradas do Pontal da Universidade Federal de Uberlândia – FACIP/UFU no Programa de Bolsas para Graduação – PBG.  O objetivo geral desta investigação consiste em produzir e socializar materiais didáticos (sequências de ensino) sobre os conteúdos de história na educação básica recorrendo às  diferentes fontes e linguagens da cultura contemporânea (filmes, canções, quadrinhos, obras de ficção, poesias, internet, documentos, história oral, dentre outras). Como objetivos específicos delimitou-se: Diagnosticar como os professores ensinam e como os jovens estudantes dos anos finais do ensino fundamental aprendem História no cotidiano da sala de aula; Conhecer as fontes e linguagens preferidas dos jovens estudantes e as mais utilizadas pelos professores; Desenvolver ações que procurem integrar o ensino, a pesquisa e a extensão; Propor atividades que promovam o contato dos bolsistas e demais estudantes do curso com a realidade social em que estejam inseridos, estimulando o desenvolvimento de uma consciência do papel do estudante perante a nossa sociedade; Proporcionar ao estudante o desenvolvimento de sua capacidade criativa e intelectual, frente a necessidade de resoluções em confronto com os desafios que serão gerados durante a execução de suas atividades; Promover a integração da formação acadêmica com a futura atividade profissional. Recorremos a estudos de textos que auxiliaram a (re)pensar sobre a história  ensinada, enfatizamos a necessidade de buscar “outras histórias”. A metodologia da pesquisa pressupõe diálogos constantes entre escola e universidade. A aproximação destes dois espaços pode contribuir no processo de ensino e aprendizagem e na formação cidadã dos jovens estudantes da educação básica, pois a sala de aula não se limita em lugar de reprodução, mas também de produção de conhecimentos. Ouvimos professores e alunos para iniciarmos o processo de produção de materiais didáticos, no caso desta investigação priorizamos a elaboração de sequências de ensino tendo como temáticas a História da África e da cultura Afro-Brasileira e História Indígena.

Letícia Siabra da Silva

CONTRIBUIÇÕES DAS EXPERIÊNCIAS COM O PROJETO PIBID INTERDISCIPLINAR PARA A FORMAÇÃO DO PROFESSOR NO ENSINO MÉDIO

 

Este trabalho discute minha atuação enquanto professora supervisora no PIBID: Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência, no projeto Interdisciplinar Santa Mônica Ensino Médio Noturno, na Escola Estadual do Parque São Jorge, durante o período de junho/2014 a março/2015. Apresento a reflexão sobre as atividades desenvolvidas investigando de quais formas a participação no projeto contribuiu para minha formação continuada enquanto professora de história. Fazer a mediação entre os licenciandos PIBID e os alunos da escola significou um aprendizado importante para a relação aluno-professor, ao passo em que a forma como o grupo trabalhou, e o perfil da comunidade escolar, revelaram a importância do projeto para a valorização dos sujeitos envolvidos com a escola, uma vez que se trata de alunos trabalhadores. Procuramos pensar o universo que abrange escola e bairro através das relações de trabalho.

Lucian Erlan da Silva Domingues

Astrogildo Fernandes da Silva Júnior

FORMAÇÃO, SABERES E PRÁTICAS DE PROFESSORES: UM ESTUDO COM OS EGRESSOS DO CURSO DE HISTÓRIA DA FACIP-UFU (2011-2013)

Este texto tem o intuito de apresentar uma proposta de investigação que se encontra em andamento, e tem como objetivo geral avaliar o perfil dos egressos do Curso de graduação em História da FACIP-UFU, bem como refletir sobre as contribuições e lacunas da graduação em sua formação e na atuação como professores de História. Como objetivos específicos delimitaram-se: Refletir sobre as dificuldades, necessidades, gostos e vantagens em ensinar história; Identificar, registrar e refletir sobre saberes, metodologias e práticas de ensino e aprendizagem em História produzida e mobilizada no fazer pedagógico dos professores egressos; Identificar, registrar e analisar o modo em que os professores de História (egressos do Curso de História da FACIP-UFU) concebem, reconfiguram e (re)significam os saberes históricos aprendidos ao longo da formação inicial, no espaço da sala de aula da educação básica. Na busca de respostas às problemáticas supracitadas, optou-se por privilegiar a abordagem qualitativa de pesquisa educacional, por favorecer uma visão ampla do objeto estudado e envolvimento do pesquisador com a realidade social, política, econômica e cultural. Recorreu-se à pesquisa educacional qualitativa do tipo etnográfica, utilizamos da observação, notas de campo, análises de documentos e entrevistas. Elegeu-se a pesquisa educacional qualitativa do tipo etnográfica. Nessa perspectiva de campo, utilizou-se de instrumentos que  auxiliaram na coleta de dados, como anotações em diário de campo, a partir das visitas nas escolas e das observações das aulas de História, onde atuam os egressos do curso de graduação em História da FACIP-UFU. Conclui-se, por meio das narrativas dos colaboradores, que a graduação contribuiu na formação, porém evidenciaram lacunas. Destacaram-se a necessidade de ampliar a articulação entre a teoria e prática.

Nayara Christine Souza

PROGRAMA DE LICENCIATURA INTERNACIONAL (PLI) DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA-UFU

A presente pesquisa é uma investigação em nível de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Uberlândia, inserida na linha de pesquisa “Estado, Política e Gestão em Educação”. Tem como tema principal a Internacionalização da Educação Superior, com foco na análise crítica do Programa Licenciatura Internacional (PLI), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), no âmbito da sua implementação na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), instituído oficialmente pelo edital em 2010. Cujo principal objetivo do Programa é priorizar a melhoria do ensino nos cursos de licenciatura e a formação de professores; ampliar a formação de docentes para o ensino básico no contexto nacional; ampliar e dinamizar as ações voltadas à formação de professores, priorizando a formação inicial desenvolvida nos cursos de licenciatura; apoiar a formulação e implementação de novas diretrizes curriculares para a formação de professores, com ênfase no Ensino Fundamental e no Ensino Médio (BRASIL, 2010, 2011, 2012) A investigação de natureza qualiquantitativa, e pretende-se investigar, os impactos econômicos, políticos e acadêmicos do referido programa, no período de 2010 a 2012. Fundamentada numa abordagem dialético-hermenêutica de análise da realidade, serão utilizadas as técnicas de pesquisa bibliográfica, documental e de entrevista semiestruturada aos gestores, professores-orientadores, e alunos, que participaram do referido programa. Para Souza (2013), as crescentes demandas da sociedade por educação e a insuficiente resposta do Estado provocam impactos sócias que implicam a necessidade de serem constantemente investigados, daí a importância dos investigadores tomarem como objeto de estudo, o temas das políticas educacionais. Nesse sentido vale ressaltar, de acordo com Melo (1999, p.65), que “do ponto de vista da institucionalização deste campo de pesquisa, o mesmo ainda é bastante incipiente no Brasil, e sua genealogia intelectual, […] é relativamente curta”, motivos que justificam a implantação de linhas de pesquisa nos cursos de pós-graduação, tendo em vista a ampliação e sistematização deste tipo da produção de conhecimento, tal como propõe-se na presente pesquisa.

Intervalo – 16h às 16:15h

Sessão 2 (16:15h – 18h)
Pedagogias Possíveis e História: escola(s) e estágio(s)

 

 

José Fernandes Cruz Neto e Astrogildo Fernandes da Silva Júnior

EXPERIÊNCIAS NO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO II: ALGUMAS REFLEXÕES

 

Esse texto consiste em uma apresentação das diversas atividades que fizemos ao longo da disciplina de Estágio Supervisionado II, realizada no curso de História da Faculdade de Ciências Integradas do Pontal da Universidade Federal de Uberlândia – FACIP/UFU.  Recorremos as reflexões realizadas por estudiosos do ensino de História tais como Guimarães (2012), Silva Júnior (2011) e Seffner (2000) os quais foram fundamentais para a produção de nossas sequências e metodologias didáticas utilizadas nas aulas de História.  O Estágio foi realizado na Escola Estadual de Gurinhatã, localizada na cidade de Gurinhatã- MG, ao longo de todo ano de 2014. Foram ministradas 7 aulas com 9° do ensino fundamental. A experiência do Estágio Supervisionado II nesta instituição de ensino, trouxe-nos novas perspectivas e ajudou-nos a consolidar algumas respostas que procurávamos na educação básica. A sequência trabalhada teve como objetivo auxiliar os jovens estudantes a construirem os conceitos de Autoritarismo, Ditadura, Democracia e outros que não propriamente desse conteúdo, mas são fundamentais desse contexto histórico, como: Comunismo, Socialismo. Procuramos construir uma narrativa na qual levava todos os antecedentes históricos do mundo que levaram a criação desses governos, contextos como a Crise de 1929 nos EUA e etc. Nessa narrativa também procuramos discutir como o Brasil, ficou e se  com relacionou com esses regimes totalitários. Nesta fase da sequência, chamada de desenvolvimento da narrativa, é imperativo construir uma narrativa histórica que possibilite aos estudantes uma leitura de mundo. Os alunos participaram de forma significativa, levando pesquisas que tinham feito em casa, alguns estudantes após a leitura levantaram questionamentos de algo que não compreendiam e assim realizamos nossa proposta. Por fim, nossa sequência tinha como meta a aplicação de um documentário sobre o tema –  O do pato donald da cia Wal Disney- e aplicação de uma carta criada pelos próprios alunos e que tinha como finalidade, que esses discentes escrevessem sobre o que entenderam e aprenderam sobre o tema e compartilhassem Destacamos como possibilidades o potencial das diferentes linguagens no processo de ensinar e aprender História. Ressaltamos como as discussões e reflexões sobre o ensino de história recentemente contribui, abriu horizontes e levantou desafios para nossa prática futura enquanto docentes.

 

 

Flávio Alves dos Santos

DIÁLOGOS DE ENSINO: MEMÓRIA, CULTURA E EDUCAÇÃO – O TRABALHO COM A LEI 10.639/03.

 

O presente trabalho surge em culminância do fechamento das atividades de Estágio II, disciplina cursada no curso de História da Universidade Federal de Uberlândia, campus Pontal e o trabalho desenvolvido como bolsista no PIBID- Projeto Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência/Subprojeto Interdisciplinar. Onde com base em textos, dinâmicas e metodologias estudadas para o trabalho com temáticas ligadas a LEI 10639/03 e seguindo os PCNs. As atividades aqui descritas foram adaptadas, pelo fator tempo, e ministrado a alunos do 7º ano do Ensino Fundamental II e em momentos de atividade do PIBID. Buscamos compreender a importância do Ensino da Cultura Africana em sala de aula e demostramosas principais dificuldades para a execução das aulas, dialogando com autores como Selva Guimarães Fonseca e Berenice Lurdes Borssoi. Abordamos conceitos de cultura, oralidade, religiosidade e herança cultural dentro de aulas construídas para a valorização da cultura afro-brasileira.O plano de Ensino, foi baseado no PCN de História do Ensino Fundamental, tendo como o eixo temático: Democracia e cidadania no Brasil atual, o tema e foco principal “Cultura afro-brasileira / Lei 10.639”, a temática: “Cultura africana e afro-brasileira, religiosidade e a questão das políticas afirmativas”, tendo como publico alvo o 7° ano do ensino Fundamental.O tema Diversidade Cultural, na perspectiva dos PCNs vem para ensinar aos alunos sobre suas origens como brasileiros e como sujeitos fazedores de sua própria história. Permite ao professor ensiná-lo a compreender seus valores étnicos e cidadão, promovendo a elevação de sua autoestima e de sua dignidade.  A construção de conhecimentos, no espaço escolar, se envolvido por um ensino que faça valer o exercício do respeito às diferenças podem se efetivar como caminhos significativos contra as injustiças, os preconceitos e as diversas formas de discriminação veladas ou praticadas dentro e fora do contexto escolar. Assim sendo traçamos os objetivos de comparar problemáticas atuais e em outros momentos históricos; contribuir para a compreensão de problemas e questões do presente e de suas relações com a dinâmica de mudanças e permanências dos processos históricos culturais; estimular a formação de atitudes e de negociações e proposições coletivas para resolução de problemas comuns, reconhecendo o direito do outro de manifestar-se e apresentar suas ideias e buscar reforçar o entendimento sobre os seguintes conceitos básicos: História, cultura; África, memória, religiosidade e cidadania.

 

 

Leidimar Aparecida dos Reis

APRENDENDO E ENSINANDO HISTÓRIA DA ÁFRICA NO ESTÁGIO SUPERVISIONADO II

O presente artigo refere-se à prática de Estágio Supervisionado realizado na Escola Estadual Sérgio de Freitas Pacheco, na turma do 7º ano do Ensino Fundamental II, turno vespertino. O Estágio é um momento importante para mesclar teoria e prática em sala de aula, compreendendo a relação entre o saber acadêmico e o saber escolar, proferida com uma concepção de educação e de História. No estágio foram usadas metodologias e estratégias que despertassem o interesse dos alunos e possibilitasse a construção do conhecimento histórico. Assim, os conteúdos foram explorados por meio de aulas expositivas, participativas, análise de imagens, músicas e atividades escritas.

 

 

Gabriela Pinheiro Castro Alves

Giordano Del Vecchio dos Santos

Murillo Henrique Rodrigues

Tiago Guimarães Margon Ribeiro

A INSERÇÃO DO PIBID NA ESCOLA PÚBLICA E AS PERSPECTIVAS ACERCA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

O presente artigo tem por objetivo caracterizar a trajetória prática e teórica estudada por graduandos de licenciatura da área Ciências Sociais, na Universidade Federal de Uberlândia, durante as atividades do projeto de extensão PIBID – em 2014/2015 –, com temática interdisciplinar e enfoque em questões educacionais acerca da escola pública, sobretudo no bairro São Jorge, localizado na área periférica de Uberlândia.

Desenvolvendo nossa análise através da leitura de obras clássicas e contemporâneas de teóricos especialistas da educação, como Paulo Freire e Miguel Arroyo, aliada à pesquisa crítica e a documentários brasileiros, fomentamos a discussão a respeito da classe dos professores e às adversidades enfrentadas para a concretização de seus trabalhos na atual conjuntura educacional brasileira.  De maneira prática, o artigo explicita os contatos e ações que ocorreram entre os autores e os estudantes da Escola Estadual Parque São Jorge, em Uberlândia, Minas Gerais.

Através das ações efetivas, foram organizadas entrevistas com professores e estudantes de maneira a traçarmos um perfil comum sobre a instituição e seu corpo docente/discente. Nota-se, como exemplo, que grande parcela dos estudantes do ensino médio noturno trabalham nos outros períodos, ocorrendo, assim, padrões dentro da Escola, como os atrasos no inícios das aulas e a idade elevada em relação à comumente associada a estudantes do Ensino Médio.

Além disso, fomos capazes de compreender um pouco mais sobre as relações que permeiam o cotidiano da escola pública e entramos em um contato mais próximo da realidade vivida por estudantes e professores dentro de sala de aula. Tal experiência possibilitou a ampliação do nosso entendimento acerca do desenvolvimento da educação em nosso país e, sobretudo, a estrutura que a sustenta e os reflexos que tal construção educacional geram na realidade escolar.

Dia 10/06/15 – Quarta-feira

Sessão 03 (14h – 16h)
Escola, diversidade e cultura afro-brasileira: perspectivas, desafios e experiências

  • Viviane Pereira Ribeiro Oliveira

EXPERIÊNCIAS DE IMPLEMENTAÇÃO DA LEI 10.639

O presente trabalho trata-se de pesquisa que teve como objeto de estudo a Lei 10.639/03 que estabelece a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana na Educação Básica. No qual, analisei o contexto de introdução das políticas afirmativas no país; para apreender os desafios que esta indica ao Estado e à sociedade civil ao dar visibilidade a temas como a educação antirracista; e identificar como a Lei tem sido implementada na prática escolar. Foi adotada a pesquisa de campo como metodologia de coleta dos dados empíricos em duas escolas públicas de Ituiutaba, com quatro professores das esferas municipais e estaduais, utilizando como instrumento a entrevista semiestruturada. A pesquisa de caráter bibliográfica/documental e empírica nos permitiu apontar que os profissionais buscam isoladamente cada um a sua maneira conhecimentos para trabalhar com o conteúdo da Lei. E que o desconhecimento por parte dos alunos da importância da História e Cultura dos Negros e da África, acabam por gerar atitudes de preconceito, quando a temática é abordada na prática.

  • Emilene Júlia da Silva Freitas Carvalho e
  • Alinne Grazielle Neves Costa

A EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS E O LIVRO DIDÁTICO DE HISTÓRIA NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

 

Este estudo apresenta resultados parciais de uma pesquisa documental, que teve como propósito analisar o livro didático de História Ápis do Ensino Fundamental adotado por uma escola pública do município de Uberlândia/MG. A referida análise se orientou nas diretrizes do Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos – PNEDH (2007), de forma a verificar se o material é condizente a Educação em Direitos Humanos (EDH). Relembrando que os Direitos Humanos e a EDH têm suas Histórias diretamente relacionadas com as lutas de grupos sociais, marginalizados e oprimidos no Brasil e no mundo, marcados por injustiças sociais advindas da resistência ao regime militar, ao totalitarismo e ao nazismo. Desse modo, foram examinados os processos de como o livro contribui para representações dos(as) estudantes como sujeitos da História, investigando os conteúdos e imagens presentes no roteiro do livro. Fundamenta-se nas elaborações do PNEDH (2007), nas Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação em Direitos Humanos – DNEDH (2013), no Programa Mundial de Educação em Direitos Humanos – PMEDH (2012), Candau (2003), Faria (2002), Freire (1980), entre outros(as). Esses autores retomam conceito de representação em direitos humanos nos livros didáticos e seus elementos constituintes, com vistas a examinar os processos de ideologias e significados presentes no material analisado e identificar as forças que contribuem para efetivação da Educação em Direitos Humanos no Brasil e no mundo.

  • Tadeu Pereira dos Santos

AS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS NO ENSINO DE HISTÓRIA E A FORMAÇÃO DE SEBASTIÃO PRATA / GRANDE OTELO

A temática referente às relações étnico raciais tem se tornado uma pauta constante nas discussões em diversas áreas que têm o homem como seu objeto de estudo. Constitui-se, neste sentido, em alicerce dos processos de inclusão das lutas dos afro-brasileiros, materializadas na lei nº 10.639, instrumental jurídico que permitem-nos reclamar seus direitos e de realizar reivindicações junto à sociedade brasileira, enquanto atores sociais de suas histórias. Neste sentido, o trabalho em questão propõe discutir o processo de constituição de Sebastião Prata/Grande Otelo, negro, que se tornou símbolo do cinema nacional e esteve presente noutros espaços artísticos do país, ao longo do século XX, numa sociedade que, para além de desqualificar o negro, era marcada pela desigualdade social. Desta forma, procuramos debater a questão identitária envolvendo Prata/Otelo e sua inserção no mundo artístico. Assim, ensejamos situá-lo no âmbito das relações étnico raciais visando, por meio da sua experiência, problematizar suas atitudes e ações perante o racismo e o preconceito, ao longo de sua trajetória de vida.

  • Rosyane de Oliveira Abreu

DIVERSIDADE, ENSINO DE HISTÓRIA E AS PRÁTICAS EDUCATIVAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA: UMA ABORDAGEM HISTÓRICA

A escola pública brasileira vive hoje o desafio de aceitar os “diferentes”, todos aqueles que devido às diferenças físicas, étnicas, orientação sexual, deficiências mentais, enfim, todos que tiveram uma breve passagem ou estiveram ausentes do ambiente escolar.

Nesse sentido existe hoje a proposição de criar um ambiente escolar que seja capaz de receber e lidar com toda essa diversidade de crianças, adolescentes e adultos. Será que os profissionais da educação estão preparados? E os currículos escolares, abrangem essa nova realidade? Devemos pensar também nos alunos e suas famílias, como compreendem esse ambiente escolar e convivem com ele?

Ao longo dos últimos anos em nossa atuação enquanto professora da rede particular e pública no ensino de História observamos várias situações conflituosas, resultantes da convivência cotidiana de alunos e professores que trazem consigo modos distintos de ver e pensar o mundo, e acreditamos na relevância de se investigar as noções estabelecidas e os conflitos gerados a partir da diversidade no âmbito escolar.

É crescente em nossa sociedade a noção de que a educação escolar deve ser um instrumento de combate à discriminação e preconceitos e na promoção de práticas pautadas pelo respeito a diversidade e aos direitos humanos. Assim, identificar e desestabilizar os padrões e valores perpetuados pela escola pode ser um caminho para construção de uma convivência mais respeitosa.

Paralelo a isso, nos propusemos refletir sobre a metodologia de instrução desenvolvida dentro das salas de aula e as funções e uso da história na vida pública. São constantes as situações em que ouvimos de alunos questionamentos sobre o por que ele deve estudar esse ou aquele conteúdo histórico, qual a necessidade dele conhecer a vida de pessoas que já morreram há milhares de anos, enfim, porque isso importa?

Essas circunstâncias nos fazem refletir sobre a maneira como são divididos os conteúdos históricos que os PCNs apontam como necessários a cada ano de estudo e se de fato a aprendizagem da história pode ser significativa, levar os alunos a questionar e avaliar seu cotidiano enquanto sujeito capaz de construir seu conhecimento de modo que faça sentido também para sua vida.

Intervalo – 16h às 16:15h

Sessão 4 (16:15h – 18h)
Desafios para a formação e atuação do professor historiador: diálogos

  • Anderson Aparecido Gonçalves de Oliveira

OS PROJETOS INTERDISCIPLINARES COMO PRÁTICA DE ENSINO: O PIBID E A FORMAÇÃO DO SUJEITO APRENDIZ PELO SUJEITO APRENDIZ

Vivemos em um sistema de educação obsoleto e que necessita urgentemente de uma transformação.  O PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência) vem de encontro com a necessidade de tornar o ambiente escolar em um local instigante e sedutor para os sujeitos aprendizes. A sala de aula não pode tornar-se uma verdadeira “prisão” do modelo de ensino de outrora, sendo assim, os projetos interdisciplinares, principalmente aqueles que possuem o apoio do PIBID ganham ainda mais destaque, pois propiciam uma formação do sujeito aprendiz utilizando suas habilidades, algumas até então camufladas no sistema de ensino tradicional, e suas experiências que dinamizam de certa forma o processo de formação e os faz perceber que a escola pode ir além de uma sala de aula e que o conteúdo pode ser apreendido de uma maneira leve, criativa e porque não divertida. O PIBID pode ser visto ainda como uma verdadeira ponte entre as instituições de ensino superior formadoras de profissionais de ensino com as instituições de ensino básico que formam opiniões e sujeitos. Por muito tempo os dois lados pareciam completamente isolados, com o surgimento de programas como este a teoria e a prática se unem, bem como a vontade de transformar o processo educacional. Pode não parecer muito, mas para escolas de regiões periférica e/ou que possuem um corpo docente desmotivado pela falta de reconhecimento profissional e/ou financeiro o PIBID faz uma grande diferença.

  • Stiven Pires de Moura
  • Yuri Oliveira Martins

PIBID NA ESCOLA ESTADUAL PARQUE SÃO JORGE: HISTÓRIAS, PERCURSOS, DESAFIOS, PROJETOS E PROPOSTAS DESENVOLVIDAS

O artigo tem como objetivo apresentar as atividades, experiências e reflexões desenvolvidas pelos autores, licenciandos do curso de História na Universidade Federal de Uberlândia, no interior do subprojeto interdisciplinar Santa Mônica supervisionado pela professora Leticia Siabra e coordenado pela professora Célia Rocha no PIBID- Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência- desenvolvido na Escola Estadual do Parque São Jorge durante o segundo semestre de 2014. Situada na zona sul de Uberlândia, a escola é composta em grande parte por alunos provenientes de famílias de baixa renda e pouco grau de escolaridade atingido. Este bairro também apresenta grande taxa de criminalidade.

A pesquisa/trabalho em andamento discute os desafios da escola pública na periferia da cidade, as expectativas de alunos e professores no ambiente escolar enquanto espaço de trabalho de vários profissionais envolvidos com a educação. Importou-nos nesse projeto compreender como as relações sociais dinamizam a vida cotidiana dos sujeitos envolvidos, e de que maneira o contato com a escola permite ao grupo PIBID participar destas relações.

As referentes atividades foram realizadas com os alunos dos três anos do ensino médio do período noturno, alunos estes que primeiramente (em sua maioria) são trabalhadores e posteriormente estudantes. O Ensino Médio noturno possui muitos alunos que abandonaram os estudos e retornaram, sendo os estudos uma atividade secundária, muitos destes alunos infelizmente almejam apenas o certificado de conclusão do Ensino Médio e devido ao desgaste de trabalhar o dia todo, a falta de tempo, e aos resultados oriundos dos estudos se darem em longo prazo no mercado de trabalho, muitos destes não veem um futuro promissor na continuidade dos estudos pós-Ensino Médio.

  • Cinthia Cristina de Oliveira Martins

ENSAIO DE UMA PESQUISA POSSÍVEL: O ENSINO DE HISTÓRIA COMO OBJETO DE ESTUDOS DA “HISTÓRIA DO TEMPO PRESENTE”

 

O texto possui como intenção apresentar um ensaio referente a uma proposta de pesquisa, que não foi efetivamente realizado até o momento. Este foi produzido como atividade final da disciplina de Historiografia, cursada no primeiro período de mestrado em História pela Universidade Federal de Uberlândia, apresentado ao Professor Doutor Alexandre de Sá Avelar; e desenvolvido a partir dos referenciais teóricos estudados ao longo da matéria.

A proposta deste texto é apresentar um debate referente ao uso do ensino de História como objeto de pesquisas, para trabalhos embasados no regime de historicidade contemporâneo, o presentismo. Para desenvolver este trabalho, me baseei nos autores  Hartog (2013), Cezar (2013) e Delgado e Ferreira (1013). Neste ensaio, enfoco na apresentação do regime de historicidade, Presentimos; destacando, também, as contribuições das perspectivas defendidas por tal regime para uma pesquisa que tem como objeto o ensino de História. Travando um diálogo com o que pode ser compreendido como um projeto de pesquisa, apresento um debate sobre as fontes e a metodologia de trabalho que poderia ser desenvolvida.

Dia 11/06/15 – Quinta-feira

Sessão 5 (14h – 16h)
Escola, Cidade, Ensino de História: múltiplas abordagens

  • Marcos Flávio Alves Leite
  • Astrogildo Fernandes da Silva Júnior

O ENSINO DE HISTÓRIA EM ESCOLAS LOCALIZADAS NO MEIO RURAL: UM ESTUDO NO MUNICÍPIO DE ITUIUTABA, MG, BRASIL

Esta proposta tem como intuito apresentar os resultados parciais da monografia que está sendo produzida no curso de História da Faculdade de Ciências Integradas do Pontal FACIP/UFU. O trabalho intitula-se O Ensino de História em escolas localizadas Meio Rural: um estudo no município de Ituiutaba (MG) Brasil. Tem como objeto geral analisar, por meio das vozes dos professores de História, a formação, os saberes e as práticas de ensino de História, em escolas localizadas no meio rural. O trabalho consiste em abordar como objetos específicos de pesquisa, a apresentação do estado da arte da produção acadêmica, que aborde as temáticas relacionadas à educação rural e educação do campo; refletir sobre a história da educação rural efetivada no município de Ituiutaba MG. Brasil; refletir sobre a formação inicial, continuada, os saberes e as práticas dos professores de História que atuam em escolas localizadas no meio rural do município de Ituiutaba. A metodologia da pesquisa recorre à pesquisa bibliográfica, ao estado da arte e história oral temática. Busca-se ouvir as vozes dos professores de História que atuam nas diferentes escolas localizadas no meio rural do município de Ituiutaba, MG, Brasil, procurando identificar o que dizem sobre sua formação inicial, sobre a formação continuada, seus saberes e práticas desenvolvidos nos espaços específicos das salas de aulas das escolas localizadas no meio rural. Para a apresentação neste evento, limitou-se nas reflexões sobre o estado da arte da produção acadêmica. São chamadas pesquisas do estado da arte aquelas com caráter bibliográfico, elas parecem trazer em comum o desafio de mapear e de discutir uma certa produção acadêmica em diferentes campos do conhecimento. Empreende-se uma pesquisa no site da capes http://www.capes.br. Utilizou-se dos termos educação rural e educação do campo. Foram identificadas 234 teses, nas quais apenas 98 são na área de educação.

  • Iusley Monteiro dos Santos

O ENSINO DE HISTÓRIA DE GOIÁS NOS PROGRAMAS CURRICULARES DA SECRETARIA DA EDUCAÇÃO: ENSINO, PERSPECTIVAS E CONCEITOS

 

O presente trabalho tem por objetivo expor os primeiros resultados da minha pesquisa de mestrado sobre a articulação de temas em torno da História regional de Goiás na educação básica do Estado no Ensino Fundamental II entre 2004 e 2010. Para tanto, utilizamos como fontes os programas de orientação e reorientação curricular da Secretaria de Estado de Educação de Goiás (SEDUC/GO).

Até o presente momento, esta pesquisa se constituiu numa análise documental de fontes oficiais, correspondentes aos cadernos de programas curriculares geridos e articulados pela SEDUC/GO. A investigação sobre essa documentação nos permite um levantamento das propostas para o ensino de História e a inserção dos temas regionalizados da História de Goiás dentro do projeto voltado à educação histórica no estado.

Num contexto mais amplo, os cadernos de reorientação e orientação curricular da Secretária em Goiás possuem forte influência de uma conjuntura nacional da educação – que confere (a partir da Lei 9.394/96 da LDB) autonomia aos estados na elaboração de seus projetos educacionais dentro das consonâncias estabelecidas pelas diretrizes nacionais de educação.

Levando em consideração esses fatores e os levantamentos da pesquisa até o momento, é possível observar que esses programas foram elaborados para atender uma gama de exigências de uma política nacional para a educação no país. Esses requisitos estão expressos nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e no Plano Nacional de Educação (PNL).

No âmbito historiográfico, é notória a presença de uma proposta de ensino norteada pelo movimento da Escola dos Annales nas diretrizes curriculares da SEDUC/GO. Fundado por Marc Bloch e Lucien Febvre em 1929, o movimento dos Annales promoveu uma ampla renovação no ofício da História, oferecendo novos tratamentos e abordagens no campo historiográfico. Isso possibilitou a ampliação do quadro de pesquisas, e abriu o campo para o estudo de diversas atividades humanas. Essas questões repercutiram nas propostas de ensino da História expressos nos programas curriculares da SEDUC/GO, que incorporou em suas propostas, questões consagradas no universo historiográfico contemporâneo em torno da história e do ensino da disciplina.

Almejamos com essa discussão em torno do ensino da História regional de Goiás, fornecer novas reflexões e ideias possíveis de serem socializadas e aplicadas pelos profissionais da área que atuam no estado, de modo a contribuir com uma nova dinâmica temática para se pensar o ensino da História em seu aspecto regional.

  • Italiene Santos de Castro
  • Tamirys Stéfani da Silva

EXPERIÊNCIAS NO PIBID INTERDISCIPLINAR: CAMINHOS E DESAFIOS PARA O PROFESSOR DE LÍNGUA PORTUGUESA

 

Este trabalho tem o intuito de apresentar, de maneira sucinta, as impressões de duas alunas do curso de Letras que estão envolvidas no projeto PIBID Interdisciplinar São Jorge, juntamente com alunos dos cursos de Ciências Sociais e História. Ao integrar o projeto, temos o objetivo de ver de perto a realidade do Ensino Médio atual, convivendo com alunos, professores e direção antes de nossa formação, de modo a refletir sobre nosso futuro docente. Estas impressões serão evidenciadas indiretamente a partir de entrevistas realizadas com alguns alunos dos três anos do Ensino Médio e com um dos professores de Língua Portuguesa da escola. Tais impressões visão mostrar a importância do contato que o PIBID tem proporcionado aos alunos de licenciatura, esse contato traz a nós uma nova perspectiva da prática docente, nos revelando as dificuldades enfrentadas por professores e alunos das escolas públicas. A partir delas, refletiremos sobre os problemas apontados nas entrevistas, com base nos textos teóricos de apoio, lidos em conjunto com os colegas e com a professora supervisora do projeto durante os encontros do PIBID. Somos sempre levados a pensar no que poderia ser feito para que a educação se torne os olhos deste país e sempre chegamos à conclusão de que é necessário que se adote uma série de mudanças. Chegaremos também à conclusão de que tais mudanças requerem tempo, afinal a educação não é uma cidade que pode ser construída em cinco anos como Juscelino Kubistchek fez com nossa capital Brasília durante seu mandato. O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) tem por objetivo estabelecer a relação entre os futuros docentes, que são os bolsistas participantes, e o meio escolar, os professores, os alunos, a direção. As experiências ganhas ao longo do projeto influenciarão as escolhas e as atitudes do futuro docente, afinal, sem dúvidas, por meio do PIBID temos a oportunidade de observar de perto a realidade educacional. Serão abordados neste artigo experiências que o projeto nos proporcionou ao lidar com professores e alunos ao longo do trabalho no PIBID Interdisciplinar.

  • Artur Nogueira Santos e Costa

REFLEXÕES SOBRE ESCOLA PÚBLICA, ENSINO DE HISTÓRIA E CURRÍCULO

 

Esta comunicação propõe discutir algumas articulações entre escola pública, ensino de história e currículo, tomando como base a pesquisa que venho desenvolvendo nos últimos anos, em diferentes modalidades (iniciação científica, conclusão de curso de graduação e mestrado). A partir dos supostos da História Social de matriz inglesa, fundamenta-se na necessidade de considerar o currículo como um problema sempre em aberto e também como um movimento histórico, na medida em que é uma construção de muitos sujeitos para além dos especialistas, e toma como tarefa sinalizar a organização curricular para além do conteúdo, num processo a envolver todos os sujeitos em uma dimensão mais ampla da escola.

  • Janaína Ferreira da Silva

MEMÓRIAS, ESCOLA PÚBLICA E CIDADE: ALGUMAS REFLEXÕES

 

A pesquisa que venho desenvolvendo surgiu de um projeto que visava discutir a relação entre a cidade de Uberlândia, luta de classes e instituições de ensino. Ao longo das orientações o projeto tem assumido um novo corpus, isso se deve com o avançar da pesquisa, leituras e disciplinas.

O objetivo da pesquisa é investigar o processo de transformação que a cidade viveu, entre os anos de 1960 a 1980, em questões que envolvem o letramento, o direito à educação pública e memórias na cidade. As contradições desse processo de chegada da classe trabalhadora às escolas suscitam caminhos para investigar os embates entre ‘culturas’ tendo às escolas públicas como instituições que compõe o espaço urbano, e por isso não isoladas às relações de classes. Nesse processo amplo, há a Escola Estadual de Uberlândia que foi assumindo diferentes sentidos e significados na cidade, mas que percebemos a existência de uma memória que se afirma no social como sendo a história da escola chegando a tornar-se referência ao falar de escola e educação pública na cidade. Sobre essas relações sociais históricas temos procurando com essa pesquisa caminhos que nos permitam perceber outras histórias e memórias que se constituíram ao longo do processo, atribuindo sentidos e significados as diferentes condições do estudar na cidade e no Colégio Estadual de Uberlândia, mais conhecido como ‘Museu’. A memória que estou chamando de ‘excelência e brilhantismo’ acaba também por construir uma concepção sobre a educação da cidade que não trata a negação de direito e as condições de escolas para as classes trabalhadoras, e esse elemento vem instigando a investigação que vem sendo construída.

Intervalo – 16h às 16:15h

Sessão 5 (16:15h – 18h)
Ensino de História: movimentos, caminhos, desafios, metodologias

  • Luiz Augusto Gonçalves Rodrigues Aguiar

CAMINHOS, PROBLEMAS E REFLEXÕES: ENSIAR HISTÓRIA OU EDUCAR PARA A VIDA?

 

É possível uma prática educativa amorosa e critica da história? A educação (ou o ensino) de história, como prefere usar alguns autores, vem se revelando como um grande desafio frente às mudanças rápidas e frenéticas do século XXI. A escola e a educação formal/tradicional, pautadas ainda nos referenciais de escola do século XIX, não estão conseguindo acompanhar os anseios dos/as educandos/as. Os conteúdos sejam eles de história ou quaisquer outras áreas estão presos e engessados às grades curriculares. Presos, pois estão inseridos em uma estrutura rígida que se preocupa em formar indivíduos mais bem “informados” sobre vários assuntos, do que formar pessoas com a capacidade de mudar e intervir na própria realidade, mantendo os anseios dos/as educandos/as atrás das grades (curriculares).

Qual o sentido/propósito de se aprender história? Ensinar conteúdos ou educar para a vida? Obviamente essa pergunta se desdobra em outras tantas variáveis, mas o que interessa no momento é compreender que o estudo da história é um meio e não um fim, já que a partir dele podemos problematizar nosso presente. Por isso, a perspectiva que se trata nesta experiência é justamente em relação ao olhar, ao estudo e ao sentimento que envolve minha prática educativa na área de História, na Escola municipal Odilon Custódio Pereira, situada no bairro Seringueiras, em Uberlândia.

Ao trazer essa experiência para a reflexão, é preciso trazer também a paixão. Sentimento este que deve estar sempre presente no ato de aprender. Haja vista que o conteúdo de história obrigatório na rede municipal se faz hoje mais uma imposição do que uma reflexão, trabalhar esses conteúdos de maneira linear factual é ainda uma realidade a ser rompida nas práticas do ensino. É um desafio. Porém, ao trazer esses conteúdos para o diálogo com as experiências dos/as educandos/as, com os problemas relacionados ao seu contexto e aos seus anseios, provoca uma inversão da lógica conteúdista colocando-a numa perspectiva de transformação.

A História, quando a serviço das pessoas e não do governo ou do mercado, é sim transformadora.  Por isso, definir um ponto de partida no presente é essencial para desvendar as amarras do passado. Assim, numa perspectiva da educação popular e freiriana, venho construindo caminhos para se repensar as práticas educativas de história na educação básica, pensando-o não como ensino, mas como educação, construção e aprendizagem. Os problemas que surgem são inúmeros e a pergunta que não se cala é: como fazer?

  • Márcio Henrique Guimarães

INTERLOCUÇÕES ENTRE O LIVRO DIDÁTICO E A RECEPÇÃO DA CULTURA NORTE-AMERICANA: AMPLIANDO AS POSSIBILIDADES NA APRENDIZAGEM DO ENSINO DE HISTÓRIA

 

O ensino de História abarca diversas possibilidades no que tange a relação passado / presente e presente / futuro (perspectivas). As metodologias variam de um profissional para o outro, mas um recurso inevitável sempre estará associado à transmissão de conhecimentos: o livro didático. Na disciplina de História, ele evoluiu ao longo dos anos, procurando incorporar na medida do possível, as transformações culturais pelas quais passam a humanidade, e, sobretudo para nós brasileiros, as influências diretas que recebemos da cultura norte-americana com exemplos de obras cinematográficas na composição dos textos. Quando se trata de tópicos relacionados à História Antiga, História Moderna e História Contemporânea, tenho observado uma unanimidade na utilização de obras cinematográficas e televisivas de diversos gêneros produzidas nos Estados Unidos que capturam aspectos históricos para transformá-los em atrações e ao mesmo tempo como objeto de reflexão para aprofundamento de questões, pois elas funcionam como representações de um tempo passado. Importante ressaltarmos que o objetivo aqui não é a exaltação da cultura norte-americana, mas o rico diálogo da influência que ela exerce no cotidiano dos estudantes, fato já cristalizado na consciência de gerações anteriores; sendo importante incorporá-las ao conhecimento já exposto em menor grau em alguns livros nacionais, inovando sempre que possível, experimentando e intensificando a interlocução desta relação entre o livro didático e a recepção da cultura norte-americana.

  • Sidney Leopoldino da Mata

O ENSINO DE HISTÓRIA NO SEGMENTO DA EJA NA CIDADE DE ITUIUTABA: REFLETINDO SOBRE COMO OS PROFESSORES ENSINAM E OS ESTUDANTES APRENDEM HISTÓRIA

O presente trabalho apresenta algumas reflexões sobre um projeto de pesquisa que está sendo desenvolvido no Programa de Pós Graduação em Educação da Universidade Federal de Uberlândia – PPGED. A investigação situa-se no campo das reflexões sobre o ensino de história e a Educação de Jovens e Adultos (EJA). Destacam-se os seguintes objetivos: descrever e interpretar o cenário da pesquisa, os aspectos históricos, socioeconômico e culturais do município de Ituiutaba, MG, Brasil; compreender o movimento histórico da EJA, bem como refletir sobre as identidades dos sujeitos da pesquisa; analisar o processo de ensino e aprendizagem em história buscando compreender como os professores de História da cidade de Ituiutaba-MG, ensinam e os estudantes aprendem História. Partimos de um referencial teórico-metodológico fundamentado na didática da História. Recorreremos à observação do espaço escolar, especificamente das aulas de história e da história oral. A pesquisa será de cunho qualitativo e envolverá professores e estudantes frequentadores dos anos finais do Ensino Médio do segmento da EJA da rede pública, no ano de 2015. Nesta perspectiva entendemos que analisar a prática docente dos professores de História neste segmento educacional, não se traduz em diagnóstico conclusivo sobre o ensino de história na EJA na cidade de Ituiutaba, mas em estudo do qual emergem possibilidades de vislumbrar experiências e vivências oriundas do enfoque teórico da cultura histórica e a sua linearialidade com a orientação para a vida prática. Os estudos iniciais nos levam a defender que a atuação docente neste núcleo de formação, necessita ser desenvolvida de forma diferenciada daquela observada no ensino regular, uma vez que o público alvo é constituído de alunos em fase adulta nos quais se manifestam múltiplas experiências mundanas oriundas de suas vivências. Estas especificidades nos remetem a pensar nas múltiplas possibilidades de trabalhar com as diversas consciências históricas que ali se reúnem cotidianamente. Nesta perspectiva acreditamos que através do conhecimento histórico, é possível formar sujeitos capazes de refletir sobre o mundo e seu processo de transformação. Este indivíduo mais consciente do seu papel enquanto sujeito histórico estaria apto a incorporar o papel de agente de mudanças, por meio de ações e contestações contra a desigualdade social em grande escala que esta posta na sociedade em que está inserido.

 

  • Franciele Amaral Rodrigues dos Santos
  • Astrogildo Fernandes da Silva Júnior
  • Gilson Aparecido dos Santos

O ENSINO DE HISTÓRIA DA ÁFRICA E DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA A PARTIR DE DIFERENTES FONTES E LINGUAGENS

 

Este trabalho apresenta resultados parciais do projeto de pesquisa intitulado “Diferentes fontes e linguagens no processo de ensinar e aprender história: um estudo com jovens estudantes da educação básica” financiado por FAPEMIG/ CAPES/CNPq Editais: MCTI/CNPq/MEC/CAPES n. 18/2012 e 13/2012 Pesquisa na Educação Básica Acordo CAPES e FAPEMIG, está em andamento e tem como objetivo geral analisar o potencial das diferentes fontes e das diferentes linguagens da cultura contemporânea no processo de ensino e aprendizagem em história. O aprendizado histórico é um processo que permite ao aluno refletir sobre a experiência temporal que o conhecimento histórico pressupõe, atribuindo sentido e orientação à vida prática e compreensão da identidade histórica e cultural dos indivíduos, portanto saber como e o quanto o processo de ensino relevante para o processo de construção desse aprendizado. A proposta é apresentar a análise da sequência de ensino aplicada durante o segundo semestre de 2014 com o tema “África na sala de aula”. Serão analisados o desenvolvimento e os resultados parciais dessa sequência cujo objetivo geral é analisar o potencial das diferentes fontes e das diferentes linguagens da cultura contemporânea no processo de ensino e aprendizagem em história. Buscamos identificar, durante a aplicação da sequência, como o uso de linguagens na sala de aula possibilita a constituição do saber histórico dos estudantes, apresentando seus resultados e algumas possibilidades consideradas relevantes. Para delimitar o tema elencamos alguns objetivos a serem alcançados em torno da história e cultura afro-brasileira. Os objetivos dessa sequência foram romper com o ensino de história da África somente a partir da escravidão negra, além de conhecer e valorizar a História dos povos africanos e afrodescendentes de acordo com a Lei nº 10.639/03, para construção de saberes antipreconceituosos, buscando desconstruir ideias, conceitos e comportamentos vinculados ao racismo rompendo com imagens negativas forjadas por diferentes meios de mídias contra negros. A partir dessa discussão reforçar o processo de afirmação de identidade, de historicidade com o objetivo de promover o reconhecimento e valorização da diversidade dos afrodescendentes. Nessa sequência foram usados documentos oficiais como a Lei 10.639, imagens e mapas. A realização deste trabalho permitiu aos alunos refletir melhor sobre diferentes olhares sobre a história. Constatou-se que o aprendizado histórico é possível com o uso de linguagens, fazendo com que o próprio aluno seja protagonista das aulas e se perceba enquanto sujeito histórico na construção da história da humanidade.

  • Carlos Henrique Alves do Couto
  • Victor Ridel Juzwiak
  • Astrogildo Fernades da Silva Júnior

O ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISONADO NO ENSINO DE HISTÓRIA: DESAFIOS ENTRE A TEORIA E A PRÁTICA

 

Este texto apresenta reflexões acerca da experiência da disciplina Estágio Curricular Supervisionado I, realizada no curso de História da Faculdade de Ciências Integradas do Pontal FACIP/UFU. Tem como objetivo refletir sobre o que é estudado ao longo da disciplina realizada na Universidade e a relação com o que é observado na escola campo de estágio. A disciplina Estágio Curricular Supervisionado I, corresponde a uma carga horária de 90 horas, sendo que 30 horas são realizadas na escola campo de estágio e 60 horas na universidade, para discussões teóricas. A proposta do Estágio reforça a importância de entendê-lo como pesquisa. Ao longo das aulas é reforçado que o ensino de história é um campo de investigação que mantém uma relação ao mesmo tempo íntima e estranha com a produção do conhecimento da historiografia profissional. A produção particular de conhecimentos históricos dentro da escola tem vínculos irredutíveis com a historiografia profissional, porém também se caracteriza por estar fora dela, possui uma lógica distinta, susceptível de converter em objeto de investigação. A construção do ensino de história como objeto de investigação desborda as fronteiras disciplinares da história profissional. Ao mesmo tempo esta variedade de procedimentos disciplinares, de métodos de interpretação e obtenção de dados e de criação de fontes, reflete a impossibilidade de um saber específico, e reforça o saber fronteiriço entre ensino e história. O ensino de história nunca perde o vínculo com a produção de conhecimento histórico dos historiadores, porém toma de fontes teóricas e metodológicas que a desdobram. Podemos destacar: a observação de cunho etnográfico; a história oral; a didática da história. Nas aulas na universidade, destacou-se que a escola é um espaço multicultural, e que deve abranger os diferentes saberes, tentando desenvolver uma ecologia dos saberes (SANTOS, 2009). Enquanto que na sala de aula se observou que de fato existe sim uma pluralidade cultural, mas, que o ensino não alcança de maneira suficiente as expectativas de um ensino história multicultural.

Deixe um comentário